O Teatro não é mais suficiente. Sei por que o vivo.
Começar afirmando que essa sessão teórica foi construída, de fato, somente após o trabalho de campo, respeitando um princípio epistemológico próprio – nunca ir a prática de campo da investigação com as armas teóricas definidas a priori – pode parecer inverossimil. Talvez porque sempre se chega ao campo de investigação de forma armada sim, porque, possivelmente, não se conseguiria tirar a pele, a episteme conceitual, ao entrar na pesquisa, e deixá-la assim, pendurada a porta. Porém, antes de presentar o arcabouço teórico que dá (as)sombras à essa pesquisa, preciso fazer o exercício de me apresentar, atendendo a mais um dos princípios epistemológico em que acredito: o investigador é um dos sujeitos potenciais da pesquisa, quiça “o sujeito”. Por isso, ele deve declarar, publicamente, na dissertação, toda a sua implicação na construção do objeto. É isso que pretendo fazer: deixá-los totalmente cientes do meu jeito próprio de ver o mundo, gerando implicações fundantes na construção desse relatório, tanto da escolha ética-estética dos conteúdos quanto da forma de comunicá-los, optando pelo formato virtual, imediato. Para me apresentar como proposto, pergunto-me: o que poderiam vocês, leitores, saberem de mim, após a leitura do meu porta-identidade? Muito pouco, quase nada, tornando-os absolutamente distantes de mim. A aproximação entre nós, investigadora e leitores, é outro dos desejos de pesquisa! Então vou eu praticar comigo mesma e com minha própria história de vida e formação, o que fiz – e que vocês poderão ler em outras páginas dessa webcartografia – com as histórias de vida e formação dos 28 doutorandos que me acompanharam nessa empreitada acadêmica.